Dia 29 maio às 18h

Sala 1 - Unesp/Bauru

Coordenação: Prof. Dr. João Eduardo Hidalgo
Convidado ao Debate: Prof.  Dr. Francisco Sierra.

Obras:
La concejala antropófaga  (A vereadora antropófaga, 2008) de Pedro Almodóvar, 7 minutos.
Mirindas asesinas (mirindas assassinas, 1991) Alex de la Iglesia, 11 min.
Un perro andaluz (Um cão andaluz,1929) de Luis Buñuel, 17 minutos.

Os três diretores aqui reunidos são representativos do cinema espanhol de seu nascimento até a modernidade. Luis Buñuel começou a se interessar por cinema nos anos 20, quando a gramática cinematográfica era ainda maleável e permitia experimentações.  Influenciado pelos surrealistas produziu um média-metragem fundamental para o cinema Un perro andaluz, por sua inventividade e simbolismos que incluem uma metáfora do que seria o próprio cinema.   Buñuel faz parte de uma geração que viveu a Guerra Civil Espanhola (1936-1939), e por sua oposição ao regime nunca pode produzir nos pais, ficando desterrado no México e depois na França.

Pedro Almodóvar é o cineasta da modernidade espanhola, começou a realizar curtas-metragens durante o período franquista e seu público era a turma underground de Madri e Barcelona. Com a chegada da democracia, Almodóvar tornou-se um diretor comercial, com uma marca autoral muito própria, que está ligada ao renascimento cultural chamado de La Movida. Conquistou o mercado internacional e atingiu a maturidade no final da década de 90. Em 2009 voltou ao formato que o consagrou, o curta-metragem, trinta anos depois de o haver abandonado, produzindo La concejala antropófaga, que é uma síntese artística de toda a sua obra.

O terceiro dos diretores Alex de La Iglesia faz parte de uma geração que não viveu as agruras da Guerra Civil e da Segunda Guerra Mundial, e que pouca lembrança tem do ditador Francisco Franco. É um diretor que tem um imaginário influenciado pelos HQ, jogos eletrônicos e pelo Thriller. Aqui temos a oportunidade de ver um tesouro, seu primeiro curta-metragem Mirindas asesinas, de 1991, que impressionou Almodóvar a tornar-se produtor de outros autores, através de sua produtora El Deseo.
Três diretores fundamentais, em três obras que falam de épocas e de realidades ficcionais diferentes e que constroem a história do cinema espanhol.


Participação Especial de
Donny Correia
Poeta e cineasta. É mestrando em Estética e História da Arte pela USP. Publicou os livros O eco do espelho (2005) e Balletmanco (2009), e dirigiu os curtas Braineraser e Anatomy of decay (2008) e Totem (2010), além dos videoclipes High Shot e Macabea, da banda inglesa SEVERIN. É gerente de programação da Casa Guilherme de Almeida.

Exibição:
TOTEM (2010, 13 min)
Dir: Donny Correia. Com Antônio Ginco, Fernanda Assef, Cristian Mazzeti e outros.
Sinopse: Numa sala escura e de geografia indefinida, um homem já de meia-idade acerta algumas contas com alguém que não sabemos quem é e o que faz ali. Enquanto este personagem coloca suas questões e procura exorcizar alguns fantasmas, somos transportados para dentro de um reality show surreal e cheio de ruídos de comunicação. Quem está dentro e quem está fora deste show? O que é real e o que é representação? Esta é a estrutura de TOTEM, curta-metragem que procura questionar o papel da representação da realidade na sociedade atual, após a queda de todas as crenças e padrões.

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UNESP - Bauru. Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação. Tecnologia do Blogger.